Este conjunto de órgãos é responsável por:
génese de espermatozóides e seu armazenamento;
produção de secrecções que juntamente com os espermatozóides constituem o esperma;
transporte e libertação do esperma;
copulação.
Morfologia e Funções Específicas
Estrutura dos testículos e Espermatogénese
Os testículos encontram-se nas bolsas escrotais, devido à necessidade de uma temperatura inferior à corporal para a sobrevivência dos espermatozóides.
Nos epidídimos são segregadas hormonas, enzimas e nutrientes que auxiliam a maturação final dos espermatozóides.
Na figura esquemática de um corte de um testículo pode observar-se que existem diversos compartimentos, separados por septos radiais, (de 200 a 300) aos quais se dá o nome de lóbulos testiculares, existindo em cada um destes quatro túbulos seminíferos.
Na parede dos túbulos seminíferos existem as células de Sertoli, células volumosas cuja membrana envolve células da linha germinativa em desenvolvimento actuando como uma barreira protectora entre as células e as substâncias prejudiciais que circulam no sangue.
No tecido localizado entre os túbulos seminíferos existem as células de Leydig ou células intersticiais que produzem testosterona.
A espermatogénese é o processo de diferenciação das espermatogónias em espermatozóides, que, a partir da puberdade, ocorre nos testículos e implica divisões mitóticas e meióticas; consiste em quatro fases: multiplicação, crescimento, maturação e diferenciação.
As células germinativas primitivas encontram-se presentes nos testículos durante o desenvolvimento embrionário e a infância.
As espermatogónias têm origem na divisão mitótica seguida de diferenciação das células germinativas primitivas (ou imaturas), que se encontram no bordo da membrana dos tubos seminíferos;
Multiplicação
A espermatogénese inicia-se com a multiplicação celular das espermatogónias (mitose). De cada duas espermatogónias formadas, uma volta a dividir-se por mitose e a outra prossegue a espermatogénese, assegurando assim a provisão constante destas células.
Crescimento
É o intervalo em que a espermatogónia pára de se dividir e passa por um período de crescimento através de síntese de nutrientes. Com o aumento, quase imperceptível, de volume, a espermatogónia transforma-se em espermatócito I.
Maturação
Cada espermatócito I (célula diplóide) experimenta a divisão I da meiose, originando células haplóides (n=23, cada cromossoma com dois cromatídios), os espermatócitos II.
Diferenciação ou Espermiogénese
Após se terem formado, os espermatídios deslocam-se para o lúmen dos túbulos seminíferos, onde sofrem a etapa final da espermatogénese – a Espermiogénese.
Ocorrem apenas alterações citológicas, originando os espermatozóides tendo em vista apenas a adequação dos gâmetas à deslocação para alcançarem o oócito II e o fecundarem.
Caracterização do processo:
O núcleo encontra-se na cabeça do espermatozóide, torna-se compacto, embora não se verifiquem modificações no conteúdo genético e é recoberto por um capuz formado por vesículas do Complexo de Golgi – acrossoma – que possui enzimas que, quando libertadas, permitem perfurar a camada protectora do oócito II.
As mitocôndrias, responsáveis pela produção de energia, concentram-se na peça intermédia, fornecendo energia para os batimentos do flagelo, essenciais à locomoção no aparelho feminino.
O flagelo desenvolve-se, sendo formado por filamentos que, quando batem, impulsionam o espermatozóide.
Nota:
A espermatogénese demora cerca de 64 dias e é um proceso contínuo, sendo possível encontrar células em diferentes estádios de desenvolvimento ao longo dos túbulos seminíferos. Qualquer problema ou modificação temporária das condições de espermatogénese pode, assim, originar problemas de fertilidade por um período de dois a três meses.
Uma vez iniciado, o processo de espermatogénese nunca mais termina.