Regulação Hormonal no Homem



  • A hormona sexual masculina - a testosterona - é produzida pelas células de Leydig ou intersticiais.

  • Esta hormona é responsável pelo desenvolvimento dos órgãos genitais e assegura o desenvolvimento e manutenção dos caracteres sexuais secundários.
  • É indispensável à espermatogénese.
  • A produção da testosterona é contínua a partir da puberdade, mantendo-se desde então o seu teor no sangue sensivelmente constante. Essa manutenção é regulada pelo complexo hipotálamo – hipófise.
  • O hipotálamo liberta GnRH, que estimula a produção de gonadoestimulinas, FSH e LH, pelo lobo anterior e da hípófise. Estas duas gonadoestimulinas têm como órgãos-alvo os testículos:



  • A actividade testicular é controlada pelo complexo Hipotálamo-hipófise através das gonadoestimulinas FSH e LH (hormonas hipofisárias);

LH-> hormona lúteo-estimulina ou luteinizante -> actua sobre as células de Leydig induzindo a produção de testosterona;

FSH-> hormona folículo-estimulina -> actua sobre as células de Sertoli induzindo o transporte de testosterona para as células germinativas e consequentemente a espermatogénese;

  • A produção e libertação de gonadoestimulinas são estimuladas pela neuro-hormona GnRH produzida no hipotálamo.

  • A taxa de testosterona mantem-se constante devido a um mecanismo de retroacção negativa sobre o complexo hipotálamo-hipófise, ou seja, a testosterona controla a sua própria produção;

  • Neste mecanismo o efeito actua sobre a causa que o gerou, sendo positivo quando o efeito reforça a causa e negativo quando o efeito inibe a causa.

"Vida no Ventre"


"Vida no Ventre", um documentário da National Geographic Channel, mostrou-nos magníficas imagens sobre a mágica e perfeita viagem da gravidez.




Tudo começa com a fecundação, momento em que um gâmeta masculino e um feminino se fundem, originando um ovo, que nos próximos meses se desenvolverá magnificamente.





Evoluções interessantes do embrião/feto


  • no 1º dia de gestação ocorre a primeira divisão mitótica;
  • ao 4º/5º dia o embrião tem cerca de 100 células que começam a dividir-se em 2 conjuntos, sendo que o exterior constituirá a placenta e o interior o corpo do embrião;
  • por volta do 7º dia o embrião chega ao útero;
  • o cérebro e a espinha dorsal começam a formar-se mais ou menos ao 15º dia sem que exista protecção por pele ou ossos;
  • na 3ª semana inicia-se a formação do coração e sistema nervoso;
  • na 6ª semana o embrião mede cerca de 2cm;
  • a partir das 8 semanas denomina-se feto e deixa de recorrer ao saco vitelino, que murcha, ficando agora o seu desenvolvimento e alimentação encarregues à placenta;
  • por volta das 9 semanas o feto começa a mexer-se, o que favorece o crescimento dos músculos e fortalece as articulações;
  • a primeira ecografia é feita, normalmente, entre as 11 e as 12 semanas de gestação;
  • às 16 semanas o cérebro do feto já controla os músculos do seu corpo, incluindo o coração; o feto torna-se sensível ao toque e começa a desenvolver a percepção do espaço à sua volta;
  • a partir das 18 semanas o seu pequeno sistema digestivo começa a funcionar, e embora não se alimente através deste, começa a engolir líquido amniótico;
  • com 24 semanas o feto é do tamanho da mão de um Homem adulto e ja tem activos todos os sentidos humanos; pensa-se que este é o tempo de gestação mínimo necessário à sobrevivência do bebé no mundo exterior, a limitação encontra-se nos pulmões que ainda têm pouca capacidade de transporte de oxigénio;
  • às 26 semanas é possível ouvir os batimentos do coração do feto encostando o ouvido no abdómen da mãe;




CURIOSIDADES:



  • uma das hipóteses apresentadas como explicação para o encontro do oócito pelo espermatozóide é o olfacto!

  • a "viagem" do espermatozóide que sairá vencedor desta longa corrida pode durar até 10 horas!
  • a partir do momento em que um espermatozóide penetra o oócito ocorrem alterações a nível da membrana deste, a fim de impedir a entrada de qualquer outro espermatozóide.
  • ao nascer o bebé já traz incutida nos seus genes a sua aparência, características da sua personalidade e até a predisposição para certas doenças!
  • o volume de sangue de uma grávida pode aumentar até 50% devido à procura do feto por oxigénio.
  • ao contrário do que se possa pensar o Homem tem um genoma não muito diferente de outros animais. Tem, por exemplo, em comum com o macaco 98,5% dos genes; 75% com os cães; 50% com as moscas e cerca de 30% com os narcisos!
  • os comuns desejos das grávidas são reacções instintivas do seu organismo às necessidades do bebé.
  • actualmente acredita-se que o feto pode abrir os olhos ainda dentro do útero da mãe, embora ainda não estejam desenvolvidos o suficiente para ver.
  • a cor dos olhos com que o bebé nasce muitas vezes não é definitiva pois alguns dos pigmentos necessitam da luz para se formarem propriamente, podendo assim a cor alterar-se nos primeiros 5 meses de vida.
  • o som da voz da mãe é diferente e mais intenso que todos os restantes sons que o feto ouve, uma vez que se propaga directamente nos seus fluídos.
  • o feto passa 90% do tempo a dormir, durante o qual nada o acorda!
  • o stress sentido pela mãe provoca o aumento dos seus batimentos cardíacos tal como da tensão arterial, o que tem efeito directo no feto. Quando a mãe está a recuperar da situação de stress o feto está a senti-la; acontecimentos como estes podem ter consequências como: o nascimento de um bebé prematuro ou de baixo peso, tendência para o stress infantil ou até efeitos nocivos no desenvolvimento mental da criança durante os primeiro anos.



Gêmeos Idênticos

Estes gêmeos derivam de um só oócito e de um só espermatozóide. Ou seja, o oócito é fecundado constituindo-se o zigoto que se divide em dois geneticamente equivalentes, daí serem também chamados gêmeos monozigóticos.
Estes gêmeos, enquanto fetos, dividem a placenta e o saco amniótico.
Ao longo do seu desenvolvimento enquanto pessoas, estes têm tendência para ser semelhantes em aspectos como a personalidade, os gostos, a inteligência, o grupo sanguíneo, entre tantas outras coisas.
Um outro aspecto extremamente interessante é o facto de, uma vez acompanhados no útero, desenvolvam "brincadeiras" enquanto fetos que são depois actividades semelhantes que mais lhes agradam no mundo exterior.

Gêmeos Fraternos

Outro acontecimento humanamente apreciável são os gêmeos fraternos ou dizigóticos. Em condições regulares, ocorre na mulher a maturação de um oócito II por mês, mas podem, eventualmente sofrer maturação dois e serem ambos fecundados. Depois cada embrião gozará do seu saco amniótico e da sua placenta.

Aqui cada feto terá o seu património genético "individual", como dois irmãos, sendo assim justificadas diferenças de personalidade, aspecto, entre outras.

Evolução folicular



Em cada ciclo ovárico, aquando da evolução da células da linha germinativa ocorrem também transformações nas restantes formações dos folículos ováricos.




  • Numa recém-nascida cada oócito I está envolvido por uma camada de células foliculares, formando os folículos primordiais.

    Imagem microscópica de um folículo primordial.




                                          • Entre a puberdade e a menopausa, todos os meses, alguns desses folículos retomam a sua evolução, sendo que, normalmente, apenas um completa a fase de maturação, enquanto os outros degeneram.



                                          Durante a evolução folicular, para além d processo de oogénese pode salientar-se:


                                          • multiplicação das células foliculares;
                                          • formação da zona pelúcida em torno do oócito, constituíd por glicoproteínas;
                                          • aparecimento de cavidades entre as célula foliculares, cheias de líquido, que acabem por se unir - cavidade folicular;
                                          • diferenciação das camadas que rodeiam o folículo, as tecas.

                                          Imagem microscópica de um folículo primário.



                                          Imagem microscópica de um folículo secundário ou em crescimento.

                                          • Com o decorrer da evolução do folículo (maturação do oócito) a cavidade folicular aumenta muito e constitui-se o folículo maduro ou folículo de Graaf.

                                          • Nesta fase o folículo provoca uma saliência na superfície do ovário, e devido à pressão exercida a parede do ovário rompe-se e ocorre a libertação do oócito II no pavilhão da trompa de falópio - ovulação.

                                          Imagem microscópica de um folículo maduro ou folículo de Graaf.







                                          • Depois da ovulação a parede do ovário cicatriza e o folículo experimenta transformações estruturais e bioquímicas dando origem ao corpo amarelo ou corpo lúteo, que degenera em caso de não ocorrer fecundação.

                                          Imagem microscópica de um corpo amarelo ou corpo lúteo.

                                          SISTEMA REPRODUTOR FEMININO

                                          O sistema reprodutor feminino é responsável por:

                                          • produção de oócitos II;
                                          • recepção de esperma;
                                          • local de fecundação;
                                          • desenvolvimento de novos seres.



                                          Morfologia e funções específicas









                                          Estrutura dos ovários e Oogénese





                                          Os ovários são glândulas de forma ovóide com cerca de 5 cm de comprimento, e apresentam duas zonas de difícil limitação.



                                          Zona Medular - a zona mais interna, constituída por um tecido com numerosos vasos sanguíneos e nervos.



                                          Zona Cortical - a zona periférica com diversos folículos ováricos (células germinativas rodeadas por uma ou mais camadas de células foliculares que intervêm na sua nutrição e protecção) em diferentes estádios de desenvolvimento.




                                          A oogénese é o processo de produção de gâmetas femninos, e ocorre a nível dos ovários.

                                          Tem início no embrião, com a formação de todas as oogónias com meiose suspensa em profase I até à puberdade.

                                          A partir da puberdade e até à menopausa ocorre a maturação, em regra,de um oócito II, e a degeneração de outros.




                                          A oogénese divide-se em três fases: multiplicação, crescimento e maturação.



                                          Multiplicação

                                          • As células germinativas que migram para o ovário dividem-se por mitoses sucessivas produzindo oogónias.


                                          Crescimento

                                          • As oogónias que não degeneraram aumentam significativamente de volume com a acumulação de substâncias nutritivas.
                                          • Ocorre a replicação de DNA (a meiose fica bloqueada em Profase I).
                                          • No final desta fase têm-se oócitos I.
                                          • Estas duas primeiras fases ocorrem durante o desenvolvimento embrionário da mulher.



                                          Maturação

                                          • Em cada ciclo ovárico um oócito I completa a divisão I da meiose, constituindo-se duas células haplóides com dimensões diferentes (oócito II e primeiro glóbulo polar), devido à desigual divisão do citoplasma.
                                          • O oócito II, a célula de maiores dimensões, inicia de imediato a divisão II da meiose que fica bloqueada em metafase, ocorrendo a ovulação.
                                          • Em caso de fecundação é retomada a meiose formando-se o óvulo e o segundo glóbulo polar.
                                          • Ocorre a partir da puberdade.


                                          Nota:

                                          A mulher quando nasce já possui todos os oócitos I que, concluindo a maturação, serão libertados, da puberdade à menopausa. Dos cerca de 2 milhões de oócitos I com que nasce apenas cerca de 450 atingem a maturação, os restantes degeneram.


                                          SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO






                                          Este conjunto de órgãos é responsável por:
                                          • génese de espermatozóides e seu armazenamento;
                                          • produção de secrecções que juntamente com os espermatozóides constituem o esperma;
                                          • transporte e libertação do esperma;
                                          • copulação.




                                          Morfologia e Funções Específicas





                                          Estrutura dos testículos e Espermatogénese
                                          Os testículos encontram-se nas bolsas escrotais, devido à necessidade de uma temperatura inferior à corporal para a sobrevivência dos espermatozóides.

                                          Nos epidídimos são segregadas hormonas, enzimas e nutrientes que auxiliam a maturação final dos espermatozóides.

                                          Na figura esquemática de um corte de um testículo pode observar-se que existem diversos compartimentos, separados por septos radiais, (de 200 a 300) aos quais se dá o nome de lóbulos testiculares, existindo em cada um destes quatro túbulos seminíferos.



                                          Na parede dos túbulos seminíferos existem as células de Sertoli, células volumosas cuja membrana envolve células da linha germinativa em desenvolvimento actuando como uma barreira protectora entre as células e as substâncias prejudiciais que circulam no sangue.


                                          No tecido localizado entre os túbulos seminíferos existem as células de Leydig ou células intersticiais que produzem testosterona.




                                          A espermatogénese é o processo de diferenciação das espermatogónias em espermatozóides, que, a partir da puberdade, ocorre nos testículos e implica divisões mitóticas e meióticas; consiste em quatro fases: multiplicação, crescimento, maturação e diferenciação.


                                          • As células germinativas primitivas encontram-se presentes nos testículos durante o desenvolvimento embrionário e a infância.
                                          • As espermatogónias têm origem na divisão mitótica seguida de diferenciação das células germinativas primitivas (ou imaturas), que se encontram no bordo da membrana dos tubos seminíferos;

                                          Multiplicação


                                          • A espermatogénese inicia-se com a multiplicação celular das espermatogónias (mitose). De cada duas espermatogónias formadas, uma volta a dividir-se por mitose e a outra prossegue a espermatogénese, assegurando assim a provisão constante destas células.

                                          Crescimento

                                          • É o intervalo em que a espermatogónia pára de se dividir e passa por um período de crescimento através de síntese de nutrientes. Com o aumento, quase imperceptível, de volume, a espermatogónia transforma-se em espermatócito I.

                                          Maturação

                                          • Cada espermatócito I (célula diplóide) experimenta a divisão I da meiose, originando células haplóides (n=23, cada cromossoma com dois cromatídios), os espermatócitos II.
                                          • Segue-se depois a divisão equacional da meiose originando os espermatídios, células haplóides com um cromatídio por cromossoma.

                                          Diferenciação ou Espermiogénese



                                          • Após se terem formado, os espermatídios deslocam-se para o lúmen dos túbulos seminíferos, onde sofrem a etapa final da espermatogénese – a Espermiogénese.
                                          • Ocorrem apenas alterações citológicas, originando os espermatozóides tendo em vista apenas a adequação dos gâmetas à deslocação para alcançarem o oócito II e o fecundarem.

                                          Caracterização do processo:

                                          • Grande parte do citoplasma e do respectivo conteúdo é fagocitada pelas células de Sertoli, com uma redução substancial da dimensão dos espermatozóides.
                                          • O núcleo encontra-se na cabeça do espermatozóide, torna-se compacto, embora não se verifiquem modificações no conteúdo genético e é recoberto por um capuz formado por vesículas do Complexo de Golgi – acrossoma – que possui enzimas que, quando libertadas, permitem perfurar a camada protectora do oócito II.
                                          • As mitocôndrias, responsáveis pela produção de energia, concentram-se na peça intermédia, fornecendo energia para os batimentos do flagelo, essenciais à locomoção no aparelho feminino.
                                          • O flagelo desenvolve-se, sendo formado por filamentos que, quando batem, impulsionam o espermatozóide.


                                          • Os espermatozóides são depois libertados para o lúmen dos túbulos seminíferos, de onde passam para os epidídimos onde acabam a sua maturação, tornando-se móveis.
                                          • Posteriormente seguem pelos canais deferentes onde se misturam com as secrecções seminal e prostática formando o esperma, que é libertado na ejaculação.



                                          Nota:
                                          A espermatogénese demora cerca de 64 dias e é um proceso contínuo, sendo possível encontrar células em diferentes estádios de desenvolvimento ao longo dos túbulos seminíferos. Qualquer problema ou modificação temporária das condições de espermatogénese pode, assim, originar problemas de fertilidade por um período de dois a três meses.
                                          Uma vez iniciado, o processo de espermatogénese nunca mais termina.