Regulação do material genético

Operão??!


Em 1961, François Jacob e Jacques Monod propuseram o Modelo do Operão como principal mecanismo de controlo da expressão dos genes em bactérias.

Operão é então a unidade funcional constituída pelos seguintes elementos:
Genes estruturais: conjunto de genes que codificam proteínas com funções relacionadas, como, por exemplo, as várias enzimas de uma determinada via metabólica.
Gene promotor: sequência específica de nucleótidos do DNA à qual se liga a RNA polimerase e onde tem início a transcrição.
Gene operador: sequência de DNA que controla o acesso da RNA polimerase ao promotor e que permite activar ou desactivar a transcrição de todos os genes estruturais.
Gene Regulador: encontra-se a uma determinada distância do operão, tem o seu próprio promotor e codifica o repressor.
Repressor: proteína alostérica com duas formas, uma activa e uma inactiva. É específico, reconhece e liga-se apenas ao operador de um determinado operão.
A transcrição dos genes estruturais do operão origina uma longa molécula de mRNA. Este mRNA tem sinais de iniciação e de paragem que permitem individualizar as diferentes proteínas.
Tipos de regulação dos genes em procariontes:

Regulação negativa: o operão é bloqueado pela forma activa do repressor. A ligação do repressor activo ao operador impede a ligação da RNA polimerase ao promotor e inibe a transcrição.

Operão repressível:
O repressor é sintetizado na forma inactiva, com pouca afinidade para o operador, o que permite a transcrição dos genes estruturais. O produto final da via metabólica funciona como co-repressor e, quando a sua quantidade aumenta, liga-se ao repressor e activa-o. O repressor activo liga-se ao operador e bloqueia a transcrição. Quando a quantidade do produto final diminui, a transcrição é retomada.
Processo de regulação característico de vias anabólicas que sintetizam produtos essenciais a partir de percursores. A suspensão da transcrição de genes que codificam um produto presente no meio em quantidade suficiente permite poupar recursos e energia, sendo essencial para a resposta à variação das condições ambientais e adaptação evolutiva.
Ex: Operão trp em E.coli.

Operão indutível:
O repressor é sintetizado na forma activa e liga-se ao operador, bloqueando a transcrição dos genes. Um indutor inactiva o repressor e induz a transcrição dos genes.
Processo de regulação característico de vias catabólicas. Genes que codificam enzimas são apenas transcritos se o substrato estiver presente.
Ex: Operão lac em E.coli.



Regulação positiva: uma proteína reguladora, o regulão, estimula directamente a expressão dos genes
O regulão é activado pela ligação de uma molécula específica. Na sua forma activa, liga-se a um local a montante do promotor, facilitando o acesso da RNA polimerase ao promotor e induzindo a transcrição.
Um mesmo regulão actua em diferentes operões.



Regulação em Eucariontes
Apenas uma pequena parte do genoma dos eucariontes é ocupada por genes que codificam proteínas. No entanto, o número de proteínas produzidas pelos eucariontes excede largamente o número de genes. Este facto pode ser explicado tendo em consideração o seguinte:
os exões codificam sequências de aminoácidos, designadas domínios, que podem fazer parte de mais do que uma proteína. Diferentes combinações de exões formam diferentes proteínas;
sequências de DNA, que funcionam como intrões num determinado contexto, podem funcionar como exões e codificar proteínas num contexto diferente.


A maioria do material genético de uma célula não se expressa, encontrando-se reprimido.
Este controlo da expressão genética está na origem da diferenciação celular, permitindo que só os genes específicos de um tecido sejam expressos nas células que o compõem. Assim, a expressão génica é o principal factor que determina as características estruturais, funcionais e comportamentais de uma célula, sendo a responsável pela ontogenia celular (história do desenvolvimento de um organismo ao longo da sua vida).
Numa dada célula, um gene pode exprimir-se só em determinados estádios de desenvolvimento ou em resposta a factores externos, como a modificação das condições ambientais.


Acção do Operão da lactose em procariontes (regulação em resposta a factor externo):

Num meio pobre em lactose, as moléculas de -galactosidase (enzima que degrada a lactose) que existem no interior de uma célula de E. coli são em número reduzido.
Depois de se adicionar lactose ao meio, a célula rapidamente produz esta enzima, em grandes quantidades, para a sua degradação.
Quando a produção de -galactosidase é induzida, são produzidas mais duas enzimas: uma permease e uma transacetilase.

Estas enzimas são codificadas por genes estruturais.

Para além de os três genes serem adjacentes no mesmo cromossoma, eles são também transcritos num único RNA. Mas, enquanto não houver lactose no meio, esses genes não são expressos.

No processo de regulação negativa, em operões como o da lactose, e na ausência de substrato, uma proteína repressora (produzida na forma activa) liga-se ao operador, impedindo que a RNA polimerase se ligue ao promotor, de tal forma que a transcrição não ocorre. Esta proteína repressora resulta do chamado gene regulador (ou gene l ou lac l), situado próximo dos genes estruturais.
O repressor liga-se a uma região do DNA próxima do gene que codifica para a -galactosidase e perto do ponto em que se inicia a transcrição do RNA. É a especificidade do repressor (o repressor tem a capacidade de reconhecer uma sequência específica de DNA, ou seja, um operador específico) que determina que este se ligue ao ponto no DNA próximo do gene que ele controla, e não noutro local ao longo do cromossoma.
Estando o repressor ligado ao operador é impedida a transcrição do DNA pela RNA polimerase.

Derivados da lactose, ou a própria lactose, podem ligar-se ao repressor, alterando a sua configuração. Assim, este deixa de ter afinidade com o operador, e permite a ligação da RNA polimerase ao promotor, possibilitando a transcrição do operão.







Operão triptofano em procariontes
A síntese de triptofano surge relacionada com um mecanismo repressivo. Quando o triptofano está presente na célula liga-se à proteína repressora (que é produzida na sua forma inactiva) activando-a. O complexo formado pelo triptofano e pelo repressor liga-se ao operador, impedindo a transcrição dos genes responsáveis pela produção ds enzimas.
Na ausência de triptofano, o gene operador fica livre podendo a RNA polimerase ligar-se o promotor e proceder à transcrição dos genes, originando depois, as enzimas necessárias à síntese de triptofano.

Quanto ao sangue...




Quanto ao nosso tipo de sangue, para sua determinação, têm-se em consideração dois sistemas distintos - sistema ABO e sistema Rhesus.



Em primeiro lugar convém ilucidar que existem genes para os quais se têm mais de duas formas alélicas, ou seja, para mesma característica existem mais de duas formas alternativas - alelos múltiplos.





Sistema ABO

No sistema ABO, tal como o próprio nome indica existem três alelos para a mesma característica. Como tal existem desde logo três fenótipos possíveis, no entanto ainda se verifica co-dominância entre A e B.



É possível, então, distinguir quatro tipos de grupos sanguíneos (A, B, AB e O), cuja classificação se baseia essencialmente nos tipos de aglutinogénios (ou antigenes) presentes nas hemácias.

A=B

A>O

B>O





No plasma existem aglutininas (anticorpos) compatíveis com os aglutinogénios das hemácias.

Por exemplo, quando o aglutinogénio A está presente nas hemácias, não pode existir no plasma a aglutinina anti-A, porque desencadear-se-ia uma reacção de aglutinação nas hemácias.

Da mesma forma, hemácias com o aglutinogénio B reagirão com aglutininas anti-B.

Estas descobertas levaram à formulação da "Lei de Landsteiner", segundo a qual no plasma de pessoas do grupo A, estão presentes aglutininas anti-B; no plasma de indivíduos do grupo B existem aglutininas anti-A; os indivíduos do grupo AB não possuem nenhumas das aglutininas e os indivíduos do grupo O possuem os dois tipos de aglutininas.






Sistema Rhesus

O factor Rhesus ou Rh é um antigene localizado na superfície das hemácias e que, como resposta imunitária induz a produção de um anticorpo: anti-Rh.

Os indivíduos que possuem este antigene denominam-se Rh+ e podem ser homozigóticos (Rh+Rh+) ou heterozigóticos (Rh+Rh-), e não possuem aglutininas anti-Rh.

Os indivíduos que não possuem o factor Rhesu denominam-se Rh- e são homozigóticos (Rh-Rh-) e geralmente possuem aglutininas anti-Rh.




Quanto a transfusões estas informações devem, então, ser tidas em consideração. O receptor universal, quanto ao sistema ABO é o tipo AB uma vez que não possui aglutininas; quanto ao dador universal é o tipo O.

No sistema Rhesus apenas os indivíduos Rh+ podem receber de qualquer dador (Rh+ ou Rh-), sendo que existem já precauções tomadas em situações como partos de mães Rh- que dão à luz filhos Rh+ uma vez que a vida de um próximo filho estaria posta em risco, pois no organismo materno formam-se anticorpos anti-Rh aquando do contacto do sangue da mãe com o sangue do bebé (eritroblastose fetal).

HEREDITARIEDADE HUMANA




Hereditariedade Autossómica



Consiste na transmissão de características cujos genes se situam nos autossomas, ou cromossomas somáticos.


Pode considerar-se a transmissão autossómica recessiva e a transmissão autossómica dominante.


A transmissão hereditária de um alelo autossómico recessivo caracteriza-se por:


  • Os homens e as mulheres são igualmente afectados;

  • A anomalia não aparece em todas as gerações;

  • Dois progenitores fenotipicamente normais poderem originar descendentes afectados;

  • Dois progenitores afectados originam toda a descendência afectada também;

  • Os indivíduos heterozigóticos não manifestam a característica.

Exemplos de doenças transmitidas desta forma são a fenilcetonúria e o albinismo.



A transmissão hereditária de um alelo autossómico dominante caracteriza-se por:

  • Os homens e as mulheres são igualmente afectados;
  • A anomalia tende a manifestar-se em todas as gerações;
  • Não ocorrem descendentes com a anomalia quando ambos os progenitores são normais;
  • Quando um indivíduo manifesta a anomalia, pelo menos um dos progenitores também a possui;
  • Quando um dos elementos do casal tem a anomalia, aproximadamente metade da sua descendência pode ser afectada;
  • Indivíduos hererozigóticos manifestam a carcterística.

Exemplos de doenças transmitidas desta forma são a polidactilia e a doença de Huntington.





Hereditariedde ligada ao Sexo


caracteriza-se por:
  • na mulher, um alelo recessivo só se manifesta em caso de homozigotia;
  • no homem, o alelo presente no cromossoma X manifesta-se, seja recessivo ou dominante;
  • é, então, mais frequente manifestar-se uma característica recessiva num homem do que numa mulher.

Exemplos deste tipo de transmissão hereditária são o daltonismo e a hemofilia (ambas recessivas).

Ligação factorial

Os genes que se dispõem linearmente ao longo do mesmo cromossoma dizem-se genes ligados factorialmente e constituem um grupo de ligação factorial, sendo transmitidos em conjunto aos descendentes.


Esta previsão foi amplamente confirmada nas Drosophilas Melanogaster.


No caso considerado cruzaram-se indivíduos de duas linhas puras com características antagónicas.


Desse cruzamento surgiu uma F1 diibrida. Os resultados na F2 não foram os esperados, ou seja, não surgiram na proporção 9:3:3:1 mas na proporção 3:1 (típica de monoibridismo).
Estes resultados não estão de acordo com as Leis de Mendel para um cruzamento F1XF1 em diibridismo.
Realizou-se então o cruzamento-teste com os descendentes diibridos, ou seja, cruzaram-se descendentes diibridos com Drosophila melanogaster recessivas para as duas características em questão.


Os resultados observados foram: 50% da descendência possuía as duas características recessivas e os restantes 50% as duas carcterística negativas.





MAS PORQUE RAZÃO OS DIIBRIDOS SÓ FORMARAM, NESTE CASO, DOIS TIPOS DE GÂMETAS?


  • Os genes que condicionam o corpo negro e asas vestigiais, estão situados no mesmo cromossoma, em locis diferentes, sendo transmitidos em bloco;

  • Os genes que se situam no mesmo cromossoma , estão ligados factorialmente, transmitindo - se à descêndencia em conjunto, não ocorrendo segregação independente.

Repare-se que está ainda a desprezar-se a ocorrência de crossing-over, pois quando este ocorre genes ligados factorialmente podem ser transmitidos em separado.

Hereditariedade ligada aos cromossomas sexuais

Thomas H. Morgan, embriologista da universidade da Columbia (EUA), a partir de 1910 levou a cabo importantes estudos sobre hereditariedade na mosca da fruta - drosophila melanogaster.








Na natureza, estas moscas apresentam olhos vermelhos, corpo cinzento e asas longas - forma selvagem, no entanto existem outras formas alternativas, como olhos brancos, corpo negro e asas vestigiais.






Este investigador cruzou uma fêmea de olhos vermelhos e um macho de olhos brancos, e na geração F1 obteve um grupo uniforme e de olhos vermelhos - factor dominante. até aqui nada a acrescentar às descobertas de Mendel.









No entanto, quando procedeu ao cruzamento de uma fêmea de olhos brancos e um macho de olhos vermelhos verificou que na geração F1 ocorriam fêmeas apenas de olhos vermelhos e machos apenas de olhos brancos.







Esta situação explica-se com o facto de o alelo responsável pela cor branca dos olhos da mosca se localizar no cromossoma X.




Para que se compreenda este tipo de transmissão hereditária é essencial que se tenham presentes os processos que ocorrem culminando na origem de uma nova vida - meiose e fecundação. A meiose origina quatro células com metade da informação genética que possuía a célula-mãe, ou seja, são portadoras de apenas um cromossoma de cada par de homólogos; quanto è fecundação é a fusão de dois gâmetas originando assim a primeira célula de uma vida que começa.



No caso do Homem em específico, o sexo é determinado pelos cromossomas do 23º par, os heterossomas. Em caso de homozigotia - XX - verifica-se o sexo feminino e em caso de heterozigotia - XY - o masculino.



Sendo assim é fácil concluir que o sexo de uma criança é determinado pelo cromossoma sexual transportado pelo espermatozóide, uma vez que o óvulo possui sempre o cromossoma X.



É também importante reter que os cromossomas X e Y não são totalmente homólogos, contendo apenas uma parte em três com genes alelos.




Estando então relembrados estes conceitos passam anomear-se os genes situados nos cromossomas sexuais:

  • genes ligados o sexo, que são os genes do segmento não homólogo de X;
  • genes holândricos, situados no segmento não homólogo de Y;
  • genes parcialmente ligados ao sexo, localizados no segmento homólogo de X e Y.

Co-dominância e Dominância incompleta




Co- dominância ocorre quando os dois alelos do genótipo se manifestam completamente no fenótipo.















Dominância incompleta ocorre quando surgem indivíduos heterozigóticos intermédios quanto à característica, ou seja, quando os dois alelos se manifestam parcialmente originando um terceiro fenótipo.

Estudos de Mendel


Mendel iniciou os seus trabalhos com a análise da transmissão de um só característica - monoibridismo.

Começou, inicialmente, por criar linhas puras relativamente a uma característica, por exemplo, a cor da flor da ervilheira - branca ou roxa. Ou seja, Mendel isolou indivíduos que, cruzados entre si originavam descendência uniforme e semelhante entre si e aos progenitores em relação a essa característica.

Apartir destas linhas puras, Mendel efectuou cruzamentos parentais, em que os progenitores apresentavam fenótipo antagónico em relação à característica considerada.


Para efectuar estes cruzamentos, Mendel recorreu à polinização cruzada. Recolheu depois as sementes produzidas pelas plantas, semeou-as e verifcou que todas origiram ervilheiras de flor roxa. Esta geração denomina-se geração F1 ou híbridos da primeira geração.


Deixou depois que os híbridos se autopolinizassem, procedeu da mesma forma e verificou que as sementes origiravam plantas com flores roxas e plantas com flores brancas na proporção (fenotípica) aproximada de 3:1.


Para além da cor Mendel estudou mais seis pares de caracteres:


Descobriu então que em cada par de factores, para cada característica, existe um factor dominante e um factor recessivo.








Mendel debruçou-se, depois, sobre a transmissão hereditária de duas características, de dois pares de genes alelos portanto - diibridismo.



Cruzou, então, duas linhas puras: plantas que produzem sementes amarelas e lisas com plantas que produzem sementes verdes e rugosas.





Os híbridos resultantes desse cruzamento são, induvitavelmente, heterozigóticos, e fenotipicamente manifestam as características correspondentes aos alelos dominantes: semente amarela e lisa.


Na geração F2 surgem: sementes amarelas e lisas, sementes amarelas e rugosas, sementes verdes e lisas e sementes verdes e rugosas, na proporção fenotípica 9:3:3:1, aproximadamente.

Gregor Mendel


Gregor Mendel nasceu a 20 de julho de 1822, num pequeno povoado chamado Heinzendorf, na actual Áustria. Foi batizado com o nome de Johann Mendel, mudando o nome para Gregor após ingressar para a ordem religiosa dos agostinianos. Foi ordenado sacerdote no ano de 1847.

Entre os anos de 1851 e 1853 estudou História Natural na Universidade de Viena. Neste curso, adquiriu muitos conhecimentos que seriam de extrema importância para o desenvolvimento de suas teorias (leis).


Aproveitou também os conhecimentos adquiridos do pai, que era jardineiro, para começar a fazer pesquisas com árvores frutíferas. Em 1856 já fazia pesquisas com ervilhas, nos jardins do monastério.


A sua teoria principal era a de que as características das plantas (cores, por exemplo) deviam-se a elementos hereditários (atualmente conhecidos como genes).


Morreu no dia 6 de janeiro de 1884 sem que tivesse, em vida, os seus estudos reconhecidos. Somente no começo do século XX alguns pesquisadores verificaram a importância das descobertas de Mendel para o mundo da genética.




As Leis de Mendel


Primeira Lei (Lei da Segregação Factorial) -> explica que na fase de formação dos gametas, os pares de fatores se segregam, existindo a mesma probabilidade de o gâmeta transportar um ou outro alelo para a característica em causa.


Segunda Lei (Lei da Segragação Independente de Factores) ->explica que cada uma das características puras de cada variedade (cor, rugosidade da pele, etc) se transmitem para uma segunda geração de maneira independente entre si, ou seja, que a segragação dos alelos é independente aquando da formação dos gâmetas.


Reprodução Assistida





A infertilidade consiste na incapacidade temporária ou permanente em conceber um filho ou em levar a termo uma gravidez até ao momento do parto. Esta realidade constitui-se como um problema cada vez mais comum, sendo resultado de factores internos ou de contributos inconscientes do ser humano afectando homens e mulheres.

http://www.fertilityportugal.com/concern/Infertility_An_Introduction/index.jsp







Inseminação artificial




A Inseminação artificial é um dos processos de procriação medicamente assistida utilizados em situações de infertilidade.


Neste processo é permitido recorrer-se a sémen de um terceiro dador, caso os espermatozóides do futuro "pai" possuam anomalias que impossibilitem a fecundação.

A inseminação artificial consiste na colocação de forma artificial do sémen do parceiro ou dador no interior do útero da mulher.
Todo este processo pode ser diferenciado em três etapas: estimulação dos ovários através de substâncias que induzem a ovulação, selecção dos espermatozóides e, por fim, a inseminação.
É muito importante que a ovulação ocorra de forma eficaz para que se possam conseguir os resultados esperados. A indução da ovulação conduz por vezes ao desenvolvimento de vários óvulos, o que aumenta o risco em 15-20% de gravidezes múltiplas (gemelares – mais que um bebé). É importante que a mãe seja previamente informada e que tenha noção desta possibilidade.

Relativamente ao sémen, é feita a selecção e concentração dos espermatozóides móveis, visto que a fraca mobilidade dos espermatozóides é um dos factores que podem afectar de forma negativa o consumar de uma gravidez. As amostras de sémen são preparadas através das técnicas de capacitação ou preparação seminal.


A terceira etapa consiste no processo de inseminação em si. É neste momento que a mulher é inseminada, todo o processo é realizado durante as consultas e não é necessário qualquer tipo de anestesia. A mulher é geralmente inseminada durante dois dias seguidos, depois de se ter induzido a ovulação.






Fertilização in vitro (FIV)


Durante um ciclo de FIV, os óvulos e espermatozóides são colhidos e colocados juntos numa placa de laboratório para fertilização.
Os medicamentos hormonais são, geralmente, utilizados para ajudar a estimular o desenvolvimento de tantos óvulos quanto possível.
Se os óvulos são fertilizados com sucesso em laboratório, eles são transferidos para o interior do útero da mulher. Idealmente, um dos óvulos fertilizados irá implantar-se e desenvolver-se, exactamente como numa gravidez de rotina.








Injecção Intracitoplasmática de um espermatozóide (ICSI)




Hoje é a melhor técnica de tratamento da infertilidade atingindo até 60% de êxito em mulheres com menos de 35 anos.

Esta técnica também permite uma esperança para homens que nunca teriam a possibilidade de ter filhos.

Os espermatozóides são obtidos através de colheita natural ou aspiração do epidídimo ou ainda extraídos do testículo. Estes espermatozóides são injetados diretamente dentro do óvulo e os embriões são implantados no útero através das mesmas técnicas da fertilização in vitro.




Contracepção


A contracepção consiste na prevenção voluntária da gravidez, impedindo a fecundação e o início de uma nova vida.

São conhecidos actualmente diversos métodos contraceptivos, que se podem dividir em métodos naturais e métodos não naturais; do primeiro grupo consta apenas a abstinência periódica, do segundo têm-se ainda os mecânicos (preservativos masculino e feminino, DIU, diafragma) e os químicos (pílula, espermicidas).


Sabe-se que o método contraceptivo mais eficaz é a pílula, com cerca de 99% de eficácia comprovada, em caso de toma correcta.


Com tanta oferta, fica à nossa responsabilidade evitar que existam gravidezes não desejadas, não planeadas, não amadas... Futuras crianças tristes...





Lactação


A produção do leite é controlada por várias substâncias, entre as quais a hormona prolactina, que é produzida na hipófise anterior.
Os níveis elevados de estrogénios e progesterona que existem durante a gestação exercem uma retroacção negativa sobre a produção desta hormona, pelo que apenas é segregada após o parto.
Quando esta hormona atinge as glândulas mamárias estas iniciam a sua actividade secretora.
As glândulas mamárias apenas continuam a segregação se estimuladas pelas sucções do bebé.


Nova Vida

O Parto...









No último trimestre de gestação uma complexa interacção de hormonas induz o parto.


A máxima concentração de estrogénios no sangue materno desencadeia a formação de receptores de oxitocina no utero.



A oxitocina produzida pelo feto e pela hiófise materna estimulam o utero a fortes contracções; estimula também a produção de prostaglandinas pela placenta, aumentando cada vez mais as contracções num mecanismo de feedback positivo.





E ... voilà ... o melhor está ainda para vir! Boa sorte aos papás!

Controle do desenvolvimento embrionário

A hormona gonadotropina coriónica humana (HCG) libertada pelo embrião impede a degeneração do corpo amarelo (função idêntica à da LH) que continua a produzir estrogénios e progesterona garantindo a manutenção do endométrio e a nidação.
Elevados valores de HCG no sangue exercem no complexo hipotálamo-hipófise uma retroacção negativa, bloqueando o ciclo ovárico.
Por volta das 8 semanas dá-se um declíneo na concentração de HCG e consequentemente o corpo amarelo degenera, ficando a produção de estrogénios e progesterona a cargo da placenta.

Desenvolvimento Embrionário e Desenvolvimento Fetal

Primeira fase:

da fecundação à formação das três camadas


O desenvolvimento embrionário tem início com a fecundação.

As características do novo indivíduo são determinadas pelos cromossomas herdados nesse momento do pai e da mãe.

O zigoto, guiado pela sua informação genética única, inicia rapidamente a constante divisão, diferenciação e migração celular, que irão formar todos os tecidos do organismo de forma surpreendentemente precisa.

Com 2-6 dias de idade, o já blastocisto implanta-se na parede do útero - nidação. Simultaneamente e devido a sucessivas divisões celulares e movimentos de territórios celulares constituem-se 3 grupos de células, 3 camadas - endoderme, a mais interna; ectoderme, a mais externa; e mesoderme que se posiciona entre as outras duas.
Na segunda semana, depois da nidação, liberta hormonas para que a cavidade uterina se vá especializando com o objectivo de proteger, nutrir, e fornecer as hormonas necessárias ao seu crescimento.

Vão começar a formar-se as estruturas percursoras das membranas fetais e da placenta - ao fim da segunda semana inicia-se uma circulação útero-placentária primitiva.






Segunda fase:

da 3ª à 8ª semana – Período Embrionário

Neste período, estabelece-se o eixo do corpo e cada uma das três camadas principais: ectoderme, mesoderme e endoderme, dá origem aos seus próprios tecidos e sistemas de órgãos.

O sistema vascular e o coração, permitem que o seu sangue, que não se mistura com o da mãe, flua e nutra os tecidos em rápido crescimento.

As fundações do sistema nervoso estão estabelecidas. O cérebro já está a formar-se, e formadas a vesículas encefálicas, toma proporções do adulto.

Os olhos começaram a desenvolver-se.

Surgem e evoluem os pulmões, intestino e estômago, a glândula pituitária, dentes e gengivas, pele e pêlos.


Formam-se os membros, o esqueleto e outros tecidos estruturais: o embrião mexe-se e reage a estímulos.


A boca, orelhas e nariz desenvolvem-se e podem fazer lembrar traços de família.
Epitélio sensorial surge e torna, entre outros, os lábios sensíveis ao toque.
À oitava semana estão formados os órgãos, estabelecidas as principais características da forma do corpo.





Terceira fase:


da 9ª semana ao nascimento-
Período Fetal


Este período, em que já estão formados os principais sistemas de órgãos, caracteriza-se pelo rápido crescimento do corpo e pela maturação destes sistemas.

É notável o aumento do comprimento durante o terceiro, quarto e quinto meses, (5 cm por mês) enquanto o ganho de peso é mais importante durante os 2 últimos meses de gestação (700g por mês).


Outra alteração notável é a desaceleração relativa do crescimento da cabeça.


Às 21 semanas a mãe reconhece claramente os movimentos do feto.


Às 28 semanas já está apto para viver, embora com grande dificuldade.


Aos 266 dias ou 38 semanas após a fertilização o feto está preparado para o nascimento, após o qual, passa a ser uma peça deste puzzle que é a vida real.


Fecundação

Ordem temporal dos acontecimentos...

  • deposição de milhões de espermatozóides na vagina, no decurso de uma ejaculação;
  • contacto dos espermatozóides com o muco cervical;
  • progressão dos espermatozóides através do colo do útero, sendo que, menos de 100 alcançam o local de fecundação - trompas de falópio;
  • encontro dos espermatozóides, atraídos por uma substância produzida pelas células foliculares, com o oócito II;
  • introdução de espermatozóides entre as células foliculares e reconhecimento pela ligação a receptores específicos da zona pelúcida;
  • libertação do conteúdo do acrossoma do espermatozóide "vencedor"! - reacção acrossómica;
  • conclusão da meiose formando-se o óvulo e o 2º glóbulo polar;
  • formação da membrana de fecundação impedindo a entrada de mais espermatozóides;
  • fusão do núcleo dos 2 gâmetas;
  • formação do ovo/zigoto.

Regulação Hormonal na Mulher

  • O sincronismo entre as fases do ciclo ovárico e as fases do ciclo uterino é consequência da acção das hormonas ováricas sobre o endométrio





  • estrogénios -> produzidos pelas células foliculares e pela teca interna. A concentração destas hormonas aumenta primeiro progressivamente, à medida que os folículos se desenvolvem, e depois de um modo rápido, atingindo o valor máximo um pouco antes da ovulação. A concentração baixa depois da ovulação devido à perda de células foliculares, e volta a aumentar durante a fase do corpo amarelo, decaindo depois quando este degenera.


  • progesterona -> produzida pelo corpo amarelo, atingindo a concentração máxima com o pleno desenvolvimento dessa estrutura. Quando o corpo amarelo entra em regressão a concentração de progesterona diminui.



Ciclo Ovárico

  • tem uma duração aproximada de 28 dias;

  • divide-se em duas fases:

fase folicular -> desenvolvimento de 2 a 12 folículos ováricos; apenas um completa a maturação enquanto que os restantes degeneram. Esta fase termina com a ovulação.

fase luteínica ou fase do corpo amarelo -> formação, evolução e degeneração do corpo amarelo.





Ciclo Uterino

  • Divide-se em três fases: fase menstrual, fase proliferativa e fase secretora.

Fase Menstrual -> ocorre a destruição parcial do endométrio pois os vasos sanguíneos deste contraem e as células deixam de receber os nutrientes necessários, acabando por morrer. Esa destruição é consequência da baixa concentração de hormonas ováricas no sangue.

Fase Proliferativa -> verifica-se o crescimento em espessura do endométrio com o desenvolvimento de vasos sanguíneos, devido ao estímulo provocado pelo aumento da taxa de estrogénios que ocorre durante a fase folicular.

Fase Secretora -> prossegue o aumento da espessura do endométrio bem como a actividade secretora das glândulas nele existentes, devido à acção conjunta de estrogénios e progesterona produzidos na fase luteínica.





Regulação do funcionamento do ovário



  • O complexo hipotálamo-hipófise produz gonadoestimulinas - FSH e LH;
  • A FSH induz o crescimento e a maturação dos folículos a e produção de estrogénios;
  • A LH actua no folículo maduro estimulando a ovulação e a transformação do folículo em corpo amarelo, o que produz progesterona.

Regulação Hormonal no Homem



  • A hormona sexual masculina - a testosterona - é produzida pelas células de Leydig ou intersticiais.

  • Esta hormona é responsável pelo desenvolvimento dos órgãos genitais e assegura o desenvolvimento e manutenção dos caracteres sexuais secundários.
  • É indispensável à espermatogénese.
  • A produção da testosterona é contínua a partir da puberdade, mantendo-se desde então o seu teor no sangue sensivelmente constante. Essa manutenção é regulada pelo complexo hipotálamo – hipófise.
  • O hipotálamo liberta GnRH, que estimula a produção de gonadoestimulinas, FSH e LH, pelo lobo anterior e da hípófise. Estas duas gonadoestimulinas têm como órgãos-alvo os testículos:



  • A actividade testicular é controlada pelo complexo Hipotálamo-hipófise através das gonadoestimulinas FSH e LH (hormonas hipofisárias);

LH-> hormona lúteo-estimulina ou luteinizante -> actua sobre as células de Leydig induzindo a produção de testosterona;

FSH-> hormona folículo-estimulina -> actua sobre as células de Sertoli induzindo o transporte de testosterona para as células germinativas e consequentemente a espermatogénese;

  • A produção e libertação de gonadoestimulinas são estimuladas pela neuro-hormona GnRH produzida no hipotálamo.

  • A taxa de testosterona mantem-se constante devido a um mecanismo de retroacção negativa sobre o complexo hipotálamo-hipófise, ou seja, a testosterona controla a sua própria produção;

  • Neste mecanismo o efeito actua sobre a causa que o gerou, sendo positivo quando o efeito reforça a causa e negativo quando o efeito inibe a causa.

"Vida no Ventre"


"Vida no Ventre", um documentário da National Geographic Channel, mostrou-nos magníficas imagens sobre a mágica e perfeita viagem da gravidez.




Tudo começa com a fecundação, momento em que um gâmeta masculino e um feminino se fundem, originando um ovo, que nos próximos meses se desenvolverá magnificamente.





Evoluções interessantes do embrião/feto


  • no 1º dia de gestação ocorre a primeira divisão mitótica;
  • ao 4º/5º dia o embrião tem cerca de 100 células que começam a dividir-se em 2 conjuntos, sendo que o exterior constituirá a placenta e o interior o corpo do embrião;
  • por volta do 7º dia o embrião chega ao útero;
  • o cérebro e a espinha dorsal começam a formar-se mais ou menos ao 15º dia sem que exista protecção por pele ou ossos;
  • na 3ª semana inicia-se a formação do coração e sistema nervoso;
  • na 6ª semana o embrião mede cerca de 2cm;
  • a partir das 8 semanas denomina-se feto e deixa de recorrer ao saco vitelino, que murcha, ficando agora o seu desenvolvimento e alimentação encarregues à placenta;
  • por volta das 9 semanas o feto começa a mexer-se, o que favorece o crescimento dos músculos e fortalece as articulações;
  • a primeira ecografia é feita, normalmente, entre as 11 e as 12 semanas de gestação;
  • às 16 semanas o cérebro do feto já controla os músculos do seu corpo, incluindo o coração; o feto torna-se sensível ao toque e começa a desenvolver a percepção do espaço à sua volta;
  • a partir das 18 semanas o seu pequeno sistema digestivo começa a funcionar, e embora não se alimente através deste, começa a engolir líquido amniótico;
  • com 24 semanas o feto é do tamanho da mão de um Homem adulto e ja tem activos todos os sentidos humanos; pensa-se que este é o tempo de gestação mínimo necessário à sobrevivência do bebé no mundo exterior, a limitação encontra-se nos pulmões que ainda têm pouca capacidade de transporte de oxigénio;
  • às 26 semanas é possível ouvir os batimentos do coração do feto encostando o ouvido no abdómen da mãe;




CURIOSIDADES:



  • uma das hipóteses apresentadas como explicação para o encontro do oócito pelo espermatozóide é o olfacto!

  • a "viagem" do espermatozóide que sairá vencedor desta longa corrida pode durar até 10 horas!
  • a partir do momento em que um espermatozóide penetra o oócito ocorrem alterações a nível da membrana deste, a fim de impedir a entrada de qualquer outro espermatozóide.
  • ao nascer o bebé já traz incutida nos seus genes a sua aparência, características da sua personalidade e até a predisposição para certas doenças!
  • o volume de sangue de uma grávida pode aumentar até 50% devido à procura do feto por oxigénio.
  • ao contrário do que se possa pensar o Homem tem um genoma não muito diferente de outros animais. Tem, por exemplo, em comum com o macaco 98,5% dos genes; 75% com os cães; 50% com as moscas e cerca de 30% com os narcisos!
  • os comuns desejos das grávidas são reacções instintivas do seu organismo às necessidades do bebé.
  • actualmente acredita-se que o feto pode abrir os olhos ainda dentro do útero da mãe, embora ainda não estejam desenvolvidos o suficiente para ver.
  • a cor dos olhos com que o bebé nasce muitas vezes não é definitiva pois alguns dos pigmentos necessitam da luz para se formarem propriamente, podendo assim a cor alterar-se nos primeiros 5 meses de vida.
  • o som da voz da mãe é diferente e mais intenso que todos os restantes sons que o feto ouve, uma vez que se propaga directamente nos seus fluídos.
  • o feto passa 90% do tempo a dormir, durante o qual nada o acorda!
  • o stress sentido pela mãe provoca o aumento dos seus batimentos cardíacos tal como da tensão arterial, o que tem efeito directo no feto. Quando a mãe está a recuperar da situação de stress o feto está a senti-la; acontecimentos como estes podem ter consequências como: o nascimento de um bebé prematuro ou de baixo peso, tendência para o stress infantil ou até efeitos nocivos no desenvolvimento mental da criança durante os primeiro anos.



Gêmeos Idênticos

Estes gêmeos derivam de um só oócito e de um só espermatozóide. Ou seja, o oócito é fecundado constituindo-se o zigoto que se divide em dois geneticamente equivalentes, daí serem também chamados gêmeos monozigóticos.
Estes gêmeos, enquanto fetos, dividem a placenta e o saco amniótico.
Ao longo do seu desenvolvimento enquanto pessoas, estes têm tendência para ser semelhantes em aspectos como a personalidade, os gostos, a inteligência, o grupo sanguíneo, entre tantas outras coisas.
Um outro aspecto extremamente interessante é o facto de, uma vez acompanhados no útero, desenvolvam "brincadeiras" enquanto fetos que são depois actividades semelhantes que mais lhes agradam no mundo exterior.

Gêmeos Fraternos

Outro acontecimento humanamente apreciável são os gêmeos fraternos ou dizigóticos. Em condições regulares, ocorre na mulher a maturação de um oócito II por mês, mas podem, eventualmente sofrer maturação dois e serem ambos fecundados. Depois cada embrião gozará do seu saco amniótico e da sua placenta.

Aqui cada feto terá o seu património genético "individual", como dois irmãos, sendo assim justificadas diferenças de personalidade, aspecto, entre outras.